ELES, FINANCIALIZAM TUDO E NÃO DEIXAM NADA

Partilhe com os seus amigos

«Before being taught outside the home, children generally learn some docility from parents and from their individual conscience, which, according to Aquinas, is the habit of prudence acting as judge, jury, witness, and prosecution of personal choices. In learning docility, we all acquire some common sense.

Common sense is simply some understanding of first principles that are causing some organizational whole to have the unity it has that causes it to tend to behave the way it does. It is an understanding common to anyone who intellectually grasps the nature of something, the way the parts (causal principles) of a whole incline to organize, to generate organizational existence and action. Strictly speaking, common sense is the habit of rightly applying first principles of understanding as measures of truth in immediate and mediated judgment, choice, and reasoning. Considered as such, it is the first measure of right reasoning.

Contemporary Enlightenment colleges and universities are essentially designed to drive out common sense from the psyche of students, and convince them that the only species of understanding (common sense) is mathematical physics. In doing this, it causes students to become anarchists, unteachable, people, out of touch with reality, who cannot tolerate to listen or speak to or with anyone who disagrees with them; and they become people who cannot lead any healthy organization in any healthy way.»

In, A Philosophical Manifesto On How To Escape The Totalitarian Madness, Peter Redpath

A maioria das pessoas está ainda agarrada aquele estereótipo clássico do capitalista que vive só para o lucro e que, roído de ganância, “come tudo e não deixa nada”.

Mas, tal, não é verdade. Ou, pelo menos, parece não ser verdade para os mega bilionários globalistas – aquela meia dúzia de famílias que detém mais de 90% da riqueza mundial.

Vejam, mais abaixo, como – para grande gaudio daquela garota, a Greta -, os maiores bancos do mundo, a Black Rock, a Goldman Sachs, a Rockefeller Foundation, etc., sob os auspícios da ONU, do FMI, do Banco Mundial e do FEM, se juntaram para melhor combater as “alterações climáticas”, demonstrando assim a sua vocação humanitária.

 Por que meios, perguntarão vocês?

É simples: “financializando” a natureza.

Leia-se: estes beneméritos, chegaram à conclusão de que os recursos naturais são demasiado escassos e valiosos – e proporcionam demasiadas boas oportunidades de negócio -, para poderem continuar nas mãos de grunhos como nós,  devendo ser, antes, detidos e geridos por quem sabe, por “especialistas” – ou seja, por Eles.


( Alguns, talvez mais tendentes a acreditar em teorias da conspiração, poderão pensar estarmos, aqui, perante uma reedição à escala mundial de um dos mais conhecidos pretextos liberais para espoliar os bens comunitários medievais – a famigerada “Tragédia dos Baldios” – que, lançando milhões de camponeses na miséria, originou o seu êxodo para as cidades, levando à formação do proletariado urbano e mais tarde às revoluções socialistas/comunistas)


Depois da preocupação com a (financialização da) nossa saúde – tanta, que não descansam enquanto não nos virem a todos vacinados -, temos, agora, a preocupação com o (financialização do) nosso meio ambiente – tanta, que não descansam enquanto não nos virem “sem nada, mas felizes”.

Não foi à toa que Eles acumularam, ao longo dos últimos séculos, tanta riqueza e poder; foi sempre na prossecução desinteressada, de “verdades científicas” insofismáveis, (a verdade da “tragédia dos baldios”,  a verdade da “mão invisível”, a verdade da “pandemia mais mortífera da história da humanidade, a verdade da necessidade das “vacinas” covid, a verdade das “alterações climáticas antropogénicas”, a verdade da “ideologia de género”, …), verdades essas que, reveladas por “especialistas” – qual novos sacerdotes –  têm servido de substitutos modernos para o bom senso, a racionalidade e a moralidade.

Este tipo de aldrabices tem séculos e iniciou-se sensivelmente quando René Descasrtes, a quem devemos, em grande parte, os fundamentos da ciência moderna, decidiu distinguir entre o objecto externo (res extensa) e sua representação mental subjectiva (res cogitans). A primeira seria apenas um aglomerado molecular; a segunda seria, por exemplo, a maçã vermelha que, com todas as suas características e qualidades sensitivas, julgamos ver. A primeira seria (segundo ele) a maçã real, cujas qualidades primárias (figura, extensão, peso, movimento) eram mensuráveis e susceptíveis de ser trabalhadas matematicamente; a segunda, seria uma construção mental que nos levaria (erradamente, na sua opinião), através das suas qualidades secundárias (cor, cheiro, sabor, som e características tácteis), a associar essa maçã a todas as outras maçãs fazendo-nos crer na existência de uma essência comum a todas as maçãs.

Segundo este pensador e os seus sequazes, a percepção que temos da realidade através dos nossos sentidos não é, como tal, fiável. A verdadeira realidade só seria perceptível indirectamente através da nossa actividade mental que, com a ajuda das ciências exactas, nos faria ver que um dado objecto não seria mais que um aglomerado de moléculas, separadas entre si por espaços vazios e sem nenhuma das qualidades sensíveis que usualmente lhe atribuímos. Daí a máxima Cartesiana cogito ergo sum – só através da nossa actividade mental podemos ter a certeza, até, da nossa própria existência.

Descartes – e, com ele quase todos os pensadores modernos – considerava assim, o pensamento lógico-matemático a modalidade suprema da inteligência humana, a única que podia apreender a res extensa com as suas qualidades primárias, mediante medições e comparações, e não os sentidos deixados a si próprios. 

Os termos da apreensão da realidade ficavam, no entanto, invertidos: tudo aquilo que nos objectos só podia ser capturado através do pensamento matemático, caracteristicamente mental, era chamado de matéria ou corpo, enquanto o verdadeiramente corporal que não podia ser conhecido pelo pensamento puro mas pelos cinco sentidos era rotulado de mental.

O mundo concebido por Descartes, era nem mais nem menos, um mundo às avessas.

Ora, foi esta mais que questionável doutrina cartesiana que, contrariando não só o bom senso mas também toda a tradição filosófica ocidental, especialmente a Aristotélico-Tomista (A-T), serviu desde o início de base de sustentação ao cientismo e originou uma nova filosofia e toda uma nova forma de encarar o mundo.

No entanto, desde o início foi patente que o cartesianismo trazia em si dificuldades insuperáveis. G.W. Leibniz, apesar de admirador das novas ideias, logo notou que a soma das qualidades primárias não bastava para produzir uma coisa, uma entidade real. Além de possuir figura, extensão, movimento e número (quantidade), o objecto precisava “ser” algo, possuir características definidoras internas que o diferenciassem como género e espécie dos demais objectos. Precisava em suma de possuir aquilo a que a velha escola A-T chamava forma substancial.

 Mas o deslumbramento geral com os sucessos técnicos alcançados, fez com que, ninguém, até ao século XX, se preocupasse em responder a esta objecção (e a outras), tanto mais que o novo método vinha, de nascença, imunizado automáticamente contra o exame sério dessas dificuldades na medida em que, por definição, limitava o seu campo de estudo à medição e comparação das referidas qualidades primárias; o exame da relação destas qualidades com as qualidades secundárias ou com o resto do universo era, a priori, eliminado. E como o novo método, propiciava um aumento da precisão matemática (uma vez que eliminava todas as variáveis que não fossem mensuráveis) fomentando automaticamente o progresso da tecnologia em todos os sectores da sua aplicação prática – na guerra, na indústria, na medicina, na agricultura, na administração, etc. – em pouco tempo as máquinas e equipamentos tinham mudado de tal forma a face da Terra que acabaram por dar uma aparência de credibilidade à concepção cartesiana do mundo.

O que interessava, agora, era organizar matematicamente as aparências (fenómenos), de modo a poderem ser manipuladas tecnologicamente, produzindo repetidamente os efeitos desejados.

A chamada revolução científica do seculo XVII, mais não foi, portanto, que o triunfo de um determinado ponto de vista filosófico (materialista, mecanicista e reducionista) com uma epistemologia (o empirismo) e procedimentos (o método científico) próprios.

Ao contrário da assumpção popular, a ciência moderna não é um modo de investigação da realidade, independente e neutro, desinteressado e moralmente descomprometido: mas sim um conjunto de disciplinas e técnicas que pressupõe determinadas assumpções metafísicas (materialistas) acerca da natureza da realidade: foram essas assumpções metafísicas materialistas que, considerando Deus uma hipótese obsoleta, determinaram o aparecimento do moderno método científico e não este que provou a verdade dessas assumpções.

O método científico não ocupa senão uma parcela ínfima do espaço abrangido pela razão humana e mesmo essa parcela não tem autonomia própria, pois depende de pressupostos lógicos, epistemológicos e metafísicos que estão infinitamente fora do seu alcance.

Dar à ciência moderna o estatuto de representante única ou máxima da razão, é um absurdo – e leva aos maiores absurdos.

Mas, esta nova mundivisão, com o concomitante descrédito da velha filosofia, ficou a dever o seu rápido sucesso, também, ao facto de ter servido que nem uma luva nas mãos de poderosos grupos sociais que, à época, procuravam impor-se. António Negri ( Negri, Antonio, Political Descartes. Reason, Ideology and Bourgeois Project, London, Verso, 2007) acertou no essencial ao defender a tese de ter sido o cartesianismo um instrumento ideológico decisivo na ascensão da burguesia ao poder, uma vez que, para além dos progressos materiais e tecnológicos que veio a proporcionar (com o inerente aumento da riqueza e poder dos seus detentores), paradoxalmente criou também um terreno fértil para o aparecimento e ulterior prevalência das mais desvairadas ideologias pois que, não sendo fiável, segundo a nova filosofia, o conhecimento das coisas obtido por intermédio dos sentidos e sendo a realidade apreendida apenas indirectamente através das funções mentais (dos modelos matemáticos, por exemplo), seguia-se que a realidade construída mentalmente por um qualquer grupo de iluminados, financiado por um qualquer grupo de interesses, poderia prevalecer sobre a percepção natural das coisas, comum a todos os simples mortais, doravante tida por preconceituosa e reaccionária.

  E, quem, confiado nos seus sentidos, no bom senso, no Direito e na moral tradicionais, quisesse gritar o rei vai nu teria de estar preparado para sofrer as consequências reservadas àqueles que ousem opor-se ao, progresso e ao inexorável devir histórico.

A realidade que, até então, sempre tinha sido aferida pela percepção sensorial das coisas (tal como ditava o senso comum e a tradição A-T) poderia agora ser substituída por teorias abstractas acerca desses mesmas coisas, procurando-se posteriormente fazer a realidade adaptar-se a essas teorias.

Por esse motivo, Chesterton dizia que, desde que o mundo moderno começou, no século XVI, todos os novos sistemas de pensamento não tinham a menor correspondência com o sentido comum da realidade do homem comum, ou seja, não tinham qualquer ligação com o que os homens comuns chamariam senso comum se fossem deixados entregues a si próprios. Para aderir a tais sistemas era forçoso ter de se acreditar em alguma coisa que nenhum homem acreditaria, se lha pusessem repentinamente diante da sua simplicidade: que a lei está acima do direito e o direito fora da razão, ou que as coisas não são como as percepcionamos mas apenas como as pensamos, ou que tudo é relativo a uma realidade que ninguém, a não ser o criador daquele particular sistema, vê.

(Noutro passo, chega a defender que o fim da escolaridade obrigatória moderna era, precisamente, privar as pessoas comuns do senso comum que lhes é inato, tido agora por preconceituoso, preparando os espíritos para a aceitação passiva de todas as absurdidades que se lhes queiram impor.)

As consequências da revolução cartesiana foram trágicas. O abandono das causas formais e finais da Filosofia Clássica e Cristã levou à menorização do Homem (já não visto como um ser feito há imagem e semelhança de Deus e possuidor duma alma imortal- sua causa formal – tendo por fim o conhecimento da Verdade – sua causa final – mas apenas como um produto acidental, sem sentido, de forças cegas e da selecção natural) determinou o aparecimento das ideologias mais nefastas da história da humanidade, com suas trágicas realizações: o marxismo, o nacional-socialismo e – embora mais subtil e sedutor – o liberalismo ocidental moderno.

E, quer a visão reducionista, cartesiana (e darwiniana), do mundo, seja imposta à bruta por um Estaline ou um Hitler, ou subtil e suavemente pelas democracias liberais modernas, os seres humanos, são em qualquer dos casos, entendidos como meros conglomerados de átomos e forças mecânicas, frutos da evolução da matéria e do acaso; esta visão do homem, além de repulsiva e desumanizante, conduziu, também, no ocidente, a uma total inversão da moral tradicional, até há poucos anos dada como adquirida pela vasta maioria da humanidade.

Assim se explica a insanidade – entre outras incontáveis insanidades tidas por verdades absolutas pelos modernos – de os modelos matemáticos discutidos, em 1990, na primeira cimeira mundial sobre as alterações climáticas – que previam vir a ser, a Grã-Bretanha, em 2023, uma nova Sibéria, à conta do “aquecimento global” – se continuarem a sobrepor à realidade perceptível por qualquer ser humano normal de que uma ciência incapaz de predizer correctamente o tempo atmosférico, num dado local, à distância de uma semana, muito menos poderá fazer previsões sobre (e, por maioria de razão controlar) o clima de todo o planeta, à distância de decénios.

Mas, hoje, como no tempo de Descartes, «o  grande capital quer; o “especialista” teoriza; a “verdade científica” nasce!»

E, o Pai da Mentira, sorri…

João Faria de Morais


Partilhe com os seus amigos

1 comentário em “ELES, FINANCIALIZAM TUDO E NÃO DEIXAM NADA

  1. Fernando Negro Responder

    [Não percebo se foi este comentário censurado(?) ou se, tal como é hábito para comentários meus que sejam mais reveladores, em serviços controlados, terá ido ele parar a alguma caixa de Spam(?). Mas, para tentar contornar o problema, aqui vai ele outra vez, três dias depois, com as hiperligações “camufladas”…]

    Eu fui um dos muitos que cresceram a ver os desenhos animados do “Captain Planet and the Planeteers”, da autoria do Ted Turner da CNN (que abertamente já defendeu uma enorme redução populacional) – e, por isso, também tinha ficado com a ideia de que, os grandes interesses económicos eram liderados por pessoas gananciosas capazes de destruir o Planeta em busca do amado lucro.

    Mas, felizmente, o meu espírito curioso e o bom acesso à Cultura que me foi proporcionado permitiram ambos que, assim que entrei na idade adulta, fosse descobrindo algumas coisas que não era suposto saber, que acabaram por me revelar a Verdade sobre tudo isto…

    Sendo que, agora me dou conta de que, o verdadeiro objectivo último de quase todas as reformas políticas que vão ocorrendo, é aumentar o CONTROLO da sociedade – estando a suposta Ciência a ser usada para providenciar os pretextos para tal.

    E, o que obtive também consciência de, relativamente ao “aquecimento global antropogénico” e demais fraudes científicas, foi que,

    As fraudes ambientalistas não visam apenas salvaguardar os preciosos, e cada vez mais escassos, recursos naturais do Planeta para as elites globalistas: h*tps://paramimtantofaz.blogspot.com/2009/02/o-grande-plano-para-actual-crise.html + h*tps://www.youtube.com/watch?v=8StM2X7W8io

    Visam, acima de tudo, impedir o livre PROGRESSO social (e de todo o tipo) na sociedade – pois, (1) quanto mais economicamente desenvolvida for uma sociedade, maior acesso à Cultura as pessoas têm, e também (2) quanto mais rapidamente ocorrer o seu desenvolvimento, mais difícil é de controlar o próprio – o que, respectiva e ultimamente, torna as pessoas muito e cada vez mais difíceis de controlar: h*tps://www.forumdefesa.com/forum/index.php?topic=13329.msg344858#msg344858 + h*tps://www.youtube.com/watch?v=wbsCOFIe8rA

    (Saberiam muitas pessoas da verdade sobre a covid-19 e tantas outras coisas, se não fosse a Internet, por exemplo?)

    É, acima de tudo, por isso é que andam agora até a passar anúncios de venda de automóveis de uma grande corporação, na televisão portuguesa, com propaganda ambientalista incluída – e também por isso é que, desde há muito tempo, são as próprias elites globalistas que financiam abertamente grupos como a Greenpeace: h*tps://blackfernando.blogs.sapo.pt/a-verdadeira-greenpeace-126968

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.