Se ainda não leu a parte 1, comece aqui: https://www.aliancapelasaudeportugal.com/2021/03/06/placebo-1/
O neurocientista Joe Dispenza convida-nos a acreditar em nós próprios antes de crer no exterior. No seu livro “Cure-se a si próprio – You are the Placebo” refere: “Estamos dentro de uma consciência invisível de poder ilimitado que nos dá vida, nos sustenta, protege e cura constantemente.
É uma fonte de realização infinita que o estudo intelectual não alcança.” (13).
Aqui vamos mais longe, para além da mente. Neste paradigma é fora da mente que nos curamos.
Pensar e intuir está longe de ser tudo o que existe como experiência de consciência. Neste paradigma o cérebro reorganiza-se quando saímos do caminho desistindo de interferir.
Continuamos a funcionar com responsabilidade plena como se tudo dependesse de nós e, ao mesmo tempo, abdicamos do controlo.
Largamos a expectativa do resultado e temos a certeza de que somos sinónimos de Deus – Luz – Consciência Una – Cosmos – Vida.
Como é que se cria uma realidade diferente?
Formulamos aquilo que queremos experimentar com uma intenção concisa e precisa, associamos uma emoção elevada (gratidão) e concentramo-nos nisso, sentindo em todas as células do nosso corpo que essa realidade já está manifestada.
A emoção elevada é vital porque só com uma escolha energeticamente superior aos programas instalados no cérebro e às emoções adicionadas ao corpo é que se pode mudar a realidade e criar um cérebro e corpo diferentes (13).
Este exercício precisa de repetição e muita persistência.
Imaginamos/sentimos agradecendo a nova realidade, todos os dias, até construir e activar uma série de redes neurais muito diversificadas em diferentes combinações e sequências, de forma a produzir um novo nível mental que nos dará o poder e o incentivo de continuar a treinar.
O mais difícil é não repetir o comportamento antigo (vício) no dia seguinte. É crucial parar de fazer o que não gostamos e imaginar/sentir agradecendo o que queremos, dia após dia.
O cérebro não descortina a diferença entre aquilo que imagina e a realidade, acabando por modificar a rede neural, trocando-a por outra mais útil no novo corpo (6, 7, 8, 13).
Outra parte muito importante deste processo é desistir de contar a velha história a nós e aos outros e não alimentar tristeza, raiva, frustração, vitimização, ou seja, não repisar.
É vital abandonar esses sentimentos e colocarmo-nos apenas na posição de observadores sem nos agarrarmos.
Só assim saímos da área do cérebro que tem a ver com a antiga personagem e sua respectiva associação com pessoas, lugares, coisas, tempos e eventos.
Deixamos de existir nos centros associativos do cérebro que reafirmam a identidade que queremos modificar.
Ao quebrar adições matamos o velho eu de forma neurológica e bioquímica, reajustando o cérebro e entrando num território novo com outros pensamentos, sentimentos e emoções que trazem experiências diferentes.
Criamos, literalmente, outra pessoa (13).
Parece impossível e até não é fácil.
Aqui o objectivo não é mudar uma crença pela outra, pois a consciência una não tem crenças nem expectativas.
Tudo isto se faz fora da mente e do cérebro durante um processo meditativo em que nos conectamos com a consciência una.
É essa fonte de realização infinita que escolhe e manifesta sempre o que é melhor para todos, sendo esta última parte também crucial.
Não se escolhe a forma, nem o tempo, nem o espaço em que o resultado se vai apresentar.
Deixamos tudo completamente em aberto, a circular pelo campo infinito de todas as possibilidades, confiando que já está feito e se vai manifestar da melhor maneira para todos os envolvidos.
Aqui não há diálogo, há RENDIÇÃO, com a certeza de que nada acontece que não esteja de acordo com o bem maior da Consciência Una que mantém tudo interligado1,2,3,4.
Tal como no conceito PNEI em que mente e corpo são duas faces da mesma moeda em profunda interacção, a matéria e a sua possibilidade são uma e a mesma coisa permanentemente interligada.
Este modelo da realidade descrito sucintamente: “Sente dentro, vê fora.”, confirma o que disse Rumi no século treze: “Para mudar a paisagem basta mudar o que sentes.”, e está de acordo com Cristo: “Nascemos da luz, lá onde a luz nasce de si mesma; ela ergue-se e revela-se na sua imagem.”
E corrobora o Sutra da Perfeição da Sabedoria ou Sutra do Coração: “Forma é vacuidade, vacuidade é forma.”
Aqui agora, terminam as ditaduras da matéria, do tempo e do espaço, coisa que para a maior parte de nós é inconcebível, logo impraticável.
Outros há que transcendem tudo isso e agem como o feiticeiro durante a dança da chuva.
Celebram intensamente, com alegria e gratidão profundas, aquilo que na sua mente e no seu coração já aconteceu!
Mais uma vez somos parte activa no nosso processo de cura.
- Dispenza, Joe (2015) “CURE-SE A SI PRÓPRIO You are the Placebo”, lua de papel. [↩]
- Arntz, William; Vicente, Mark; Chasse, Betsy (2004) “What the Bleep do we Know?” [↩]
- McTaggart, Lynne (2012) “O CAMPO”, Marcador. [↩]
- McTaggart, Lynne (2013) “LIGAÇÃO”, Marcador. [↩]
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